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Versão digital do Jornal Impresso INTECH News
Setembro, Outubro e Novembro de 2012 / Ano2 / Número 8
Equipe da INTECH participa de obra de travessia no mar em Marrocos
Primeiro ele foi para Papua Nova Guiné, depois para a África do Sul. Agora, José Antônio Muniz dos Santos, o Sedex, acaba de voltar do Marrocos. A experiência do técnico de perfuração direcional da INTECH Engenharia acaba de ser ampliada com mais essa etapa internacional. Dessa vez, ele teve Edvan dos Santos, técnico de preparação de fluido de perfuração, como companheiro de jornada durante 55 dias no país da África do Norte, região também conhecida como Norte da África ou ainda África Branca.
A viagem a trabalho foi mais uma parceria entre a empresa brasileira e a companhia francesa HDI para uma obra usando a tecnologia de perfuração direcional horizontal, o HDD. Mais escolado do que nas viagens anteriores, Sedex não sentiu os efeitos da travessia do Atlântico até Lisboa, onde a dupla fez a conexão para a famosa Casablanca, já em território marroquino, e de lá para Agadir, a cidade mais próxima do canteiro.
Aliás, canteiro não seria o termo mais exato, uma vez que os dois p r o f i s s i o n a i s ficaram literalmente embarcados numa plataforma, pois o projeto envolveu uma obra de shore approach, totalizando uma extensão de 1.000 m, para instalação de dutos de PEAD de 900mm para um emissário submarino.
Base operacional da obra – e também moradia dos profissionais – a plataforma foi equipada com alojamentos dispostos em contêineres.
"Eles ficam fixados na estrutura metálica, de forma que acordávamos e já saíamos para a rotina diária depois do café da manhã", explica o rápido Sedex. Segundo ele, as atividades eram iniciadas a s 7h, quando os dois brasileiros assumiam o turno.
A comunicação não foi um problema, uma vez que os especialistas da HDI tem uma experiência no Brasil e falam português fluentemente, tendo atuado como intérpretes quando necessário.
No retorno ao Brasil, a dupla voltou enriquecida pela experiência profissional e com uma bagagem maior, resultado dos presentes comprados para a família e das mais de 700 fotos tiradas em solo e no alto mar. Apesar de fotografar os camelos locais, Sedex adianta que não conseguiu registrar as mulheres marroquinas, resistentes a serem fotografadas.
"Elas usam muito ouro e prata, mas o fato de os muçulmanos poderem ter mais de uma esposa foi o que nos chamou a atenção", explica Edvan. Ele confessa que isso assustou a ambos, não pela possibilidade em si, mas pela obrigação clara de sustentar – e bem – cada uma delas.
RAMSA foi o cliente final
A concessionária marroquina RAMSA (Régie Autonome Multi-Services Agadir), especializada na gestão de serviços públicos da Grande Agadir, região metropolitana da cidade marroquina, é o cliente final da obra com participação da HDI e da INTECH. O contrato geral pertence a portuguesa Etemar, que subcontratou a HDI para as atividades de perfuração horizontal direcional (HDD) na cidade. O trabalho envolveu a construção de uma canalização de descarga de água direto no mar, após o tratamento de resíduos numa planta específica para isso. Com extensão total de 2.500 metros e diâmetro de 710 mm, a obra teve 978 metros construídos pelo método de HDD. Duas perfuratrizes foram usadas na operação – uma de 250 toneladas – em solo – e outra de 45 toneladas – acoplada na plataforma.
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51 dias e várias boas idéias
Os 51 dias embarcados passaram rápido. Quando a dupla de profissionais da INTECH chegou, as equipes locais e da HDI já haviam realizado o furo piloto e contabilizavam cerca de 100 horas trabalhadas. Sedex e Edvan tinham a tarefa de avançar no processo de travessia, executado por etapas até se atingir uma perfuração com 36 polegadas de diâmetro, a qual permitiria a passagem da tubulação com 28 polegadas.
Uma vez encerrada a jornada diária, os dois colaboradores partiam para o descanso, compartilhando um dos alojamentos, ao lado da plataforma. Munidos de beliche, o local de descanso tinha ar condicionado e acesso à internet, essa ultima desfrutada com o uso de laptops. "Cada contêiner foi devidamente afixado, soldado nas vigas da plataforma", lembra Edvan. De acordo com ele, um sistema hidráulico compensava a movimentação do mar nos casos mais intensos. Resultado: dava até pra esquecer que eles não estavam em terra firme.
O relacionamento com os profissionais marroquinos foi facilitado pela simpatia dos dois colaboradores, tendo o futebol como um assunto comum. Os especialistas franceses da HDI ajudaram no processo, principalmente na passagem de informações técnicas. Sedex relembra que o respeito não se limitou às características culturais entre os naturais do Marrocos e os brasileiros. "Quando completamos o primeiro furo, fomos aplaudidos durante um certo tempo. Foi muito emocionante", informa.
Assim como nas outras vezes, a viagem também não se limitou à troca de experiências em perfuração direcional horizontal. A culinária de Marrocos, por exemplo, não decepcionou Sedex e Edvan. Para eles, o toque mais forte da comida local era o tempero acentuado, apimentado e, em alguns casos, adocicado. O momento das preces dos profissionais locais foi devidamente observado pelos brasileiros, com a consideração pelos costumes locais. "Eles são boas pessoas e nos trataram muito bem, sem falar que também há ótimos profissionais por lá, o que facilitou o desenvolvimento da obra e a passagem dos turnos", completa o técnico em HDD da INTECH.
