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Setembro, Outubro e Novembro de 2012 / Ano2 / Número 8

DICA CULTURAL

Economia criativa: um novo conceito de mercado



O produto interno bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas em um país durante o ano, tem uma parte significativa que é movimentada pelas pessoas que usam seus talentos ativamente. Trata-se da economia criativa que, segundo o autor inglês John Howkins, é o resultado da exploração econômica de atividades que envolvem criação, produção e distribuição de serviços usando o conhecimento e a imaginação. Nesse rol estão desde práticas como arte e design até o desenvolvimento de softwares. Segundo o escritor, 13 atividades básicas fariam parte do conceito. Apesar de ter sido um dos precursores no assunto, outros defensores do tema ampliaram a definição.

O que a economia criativa tem em comum? Resposta: a valorização das boas ideias, que podem ser usadas não só nas artes e humanidades, como também na engenharia e medicina. As escadas rolantes horizontais, comuns em aeroportos e já presentes mesmo no metrô de São Paulo, originaram-se da observação atenta de um engenheiro inglês. Ele inspirou-se em correias transportadoras usadas em operações minerais para atender uma demanda de velocidade nos terminais de Heathtrow, um dos maiores aeroportos do mundo.

Ambiente urbano e criatividade



Steven Johnson é outro entusiasta da imaginação e fez um histórico do assunto no livro De onde vem as boas ideias, publicado pela Jorge Zahar. Para ele, o grande ambiente urbano e a web são bons exemplos de locais de incentivo a  criatividade. No primeiro caso, por tornar viável várias iniciativas que não seriam comuns em pequenas cidades. Um exemplo? Bares temáticos, lojas dedicadas ao design vanguardista, etc. Em função de ter milhões de pessoas, as grandes metrópoles permitem a existência de nichos especializados de consumidores. A web, por sua vez, abriu novos espaços e o Youtube é um caso que exemplifica isso. Ao contrário da televisão convencional, que tem hora para sua programação, no Youtube, o usuário busca os programas que quer ver e no horário mais adequado. E mais: pode participar ativamente da rede. E isso inclui, com bastante intensidade, as empresas.

CONTEÚDO EXCLUSIVO DO SITE

A economia criativa não está somente na web. E Johnson dá outro exemplo de como a criatividade pode dar saltos impressionantes: as incubadoras responsáveis pelo salvamento de bebês prematuros começaram a ser construídas em 1870, quando um obstetra parisiense chamado Stéphane Tarnier fez uma visita ao zoológico da capital da França, num dia de folga. O recinto cálido das chocadeiras de frango do zoo serviu de inspiração para a idéia de combater a alta mortalidade infantil nas maternidades francesas. Tarnier era obcecado pela estatística e usou essa habilidade para medir o índice de mortalidade das crianças de baixo peso – antes e depois da criação de sua incubadeira. O resultado foi impressionante: a taxa de mortalidade foi reduzida pela metade. Graças, ao dia de folga do médico, de sua capacidade de observação e da criatividade.






A criatividade não tem limites


O café criativo
Uma iniciativa inovadora citada por Steven Johnson foi a do psicólogo americano Kevin Dunbar que, em 1990, resolveu estudar como funciona a criatividade dos cientistas. O pesquisador instalou câmeras em quatro dos mais importantes laboratórios de biologia molecular dos Estados Unidos, uma espécie de BBB universitário. O mais curioso da pesquisa de Dunbar foi a identificação do local que permite o florescimento da criatividade entre os cientistas. Se você apostou na imagem de um pesquisador sozinho em seu laboratório, errou feio. A usina de boas ideias acontecia justamente numa mesa de reunião, quando os cientistas – às dúzias – reuniam-se de forma informal para tomar café e trocar ideias. "Os resultados do raciocínio de uma pessoa tornavam-se o input para o raciocínio de outra...", destacou o psicólogo. A Microsoft é dona de outro foco de criatividade: quando construiu o chamado Building 99, prédio inovador para seus funcionários, ela não só criou salas amplas, que permitem a interação, como também instalou as mixer stations, substituindo as cozinhas fechadas tradicionais. São pontos de encontro, abertos e prontos para receber os funcionários e, estimular a troca de ideias.


Tratamento da osteoporose está nos corais
Um dos casos de criatividade mais destacados do livro de Steve Johnson é do cientista Brent Constanz, que criou um cimento ósseo destinado a reparar fraturas e que tem sido usado no tratamento da osteoporose. A descoberta não aconteceu no laboratório fechado, mas durante suas férias na casa dos pais. Lendo um artigo sobre as enormes despesas médicas com saúde associadas à osteoporose, ele guardou a informação. Semanas depois, mergulhando num recife, ele fazia experimentos para medir a velocidade com que os corais criavam seus esqueletos. Bingo. Juntou as duas informações e começou a pesquisar uma forma de desenvolver esse cimento. Mais impressionante ainda foi descobrir que o dióxido de carbono poderia acelerar o processo e que é exatamente essa substância que muitas indústrias querem descartar. Mais outro salto. Hoje, Constanz fundou uma empresa de alta tecnologia chamada Calera e é um dos pioneiros no desenvolvimento do cimento ósseo.

 

 

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