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Setembro, Outubro e Novembro de 2012 / Ano2 / Número 8
O poder dos alimentos detoxicantes
O termo detox tem aparecido muito, principalmente, envolvendo dietas nem sempre recomendáveis. Para explicar com clareza o assunto, nada melhor do que procurar os especialistas. E foi o que fizemos nessa edição, ao ouvir a nutricionista Glória Viana, da HealthChoice Consultoria Nutricional.
Para ela, a detoxicação não pode ser vista separadamente, mas como parte do conceito de nutrição funcional, ou seja, o tema não pode ficar restrito apenas às calorias e sim à nutrição celular. "Um alimento bom para um paciente pode não sê-lo para outro, uma vez que cada pessoa tem um organismo diferente e, consequentemente, reações metabólicas diferenciadas", argumenta.
De acordo com a especialista, o objetivo de um tratamento com foco em nutrição celular é a reorganização das funções orgânicas, suprindo as carências e eliminando os excessos (tóxicos). "Com isso, regulamos os desequilíbrios que afetam nossa saúde física, mental e emocional", detalha.
A meta da dieta funcional, segundo Glória, é retirar a carga tóxica do organismo, auxiliando na prevenção de doenças. Ao reequilibrar o organismo, ela devolve a sua capacidade vital plena para que ele consiga exercer melhor as funções de nutrição e responder a qualquer tratamento de saúde. "Essa dieta trabalha ainda com alimentos de alto poder antioxidante, que são os alimentos funcionais, os quais previnem diversos sintomas que atrapalham o dia a dia", completa a nutricionista.
Entre eles, ela lista a acne, queda de cabelo, unhas fracas, dor de cabeça, fadiga, cansaço e alergias. A irritabilidade, TPM, menopausa, candidíase, varizes, hipertensão e doenças cardíacas também fazem parte do rol de infortúnios, além do refluxo, gastrite, diarréia, constipação e síndrome do intestino irritável, para falar dos principais.
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O risco do acúmulo de toxinas no organismo
A dieta limpa em especial o fígado e o cérebro, os locais preferenciais de acúmulo das substâncias, e também o intestino, que acaba perdendo a capacidade de absorção com tantos ‘restos’ de alimentos que não podem ser aproveitados. Uma dieta de detoxificação tem como objetivo retirar a carga tóxica do organismo, e com isso auxilia na prevenção de doenças. Essa dieta reequilibra o organismo, devolvendo a sua capacidade vital plena para que consiga melhor exercer as funções de nutrição e responder melhor a qualquer tratamento de saúde.
De acordo com a nutricionista Glória Viana, da HealthChoice Consultoria Nutricional, as toxinas se acumulam no tecido gorduroso e se não tiverem nenhum ‘imã’ que as atraia e as conduza para os órgãos de eliminação, vão circular livremente na corrente sanguínea. E mais do que isso: o cérebro acaba sendo o grande depósito dessa sujeira, porque é para ele que se dirigem os metais pesados como chumbo, cádmio, mercúrio, além de corantes, aditivos, etc.
“As pessoas que mantém toxinas acumuladas no organismo por muito tempo acabam tendo sua taxa hormonal alterada, aumentando suas chances de desenvolver, por exemplo, um câncer”, explica Glória. Por essa razão ela recomenda uma ‘faxina’ anual também no organismo, a fim de que sejam eliminadas todas as substâncias que não foram absorvidas e que, se ficarem livres, podem causar mal estar. E aqui entra uma dieta, acompanhada da orientação de profissionais.
Como funciona a dieta detoxicante
A detoxificação é um processo que se utiliza das funções depurativas do organismo e pode ser feita pela água, pelos alimentos, pela pele, pelo ar, pelo sol e pelas plantas medicinais. Depurar significa limpar, purificar. E é uma etapa muito importante na manutenção da saúde. "O tratamento de qualquer doença deveria começar com o processo de detoxicação e isso significa colocar para fora todas as toxinas e impurezas acumuladas", explica Glória. Ela inclui entre os agressores a poluição ambiental, agrotóxicos, dieta desbalanceada, ingestão de alimentos químicos, excesso de gorduras, sedentarismo e outros hábitos nocivos ao bom funcionamento do corpo.
"Viver como se estivesse sempre atrasado, irritado, sem energia, caracteriza o que se chama 'estresse'. Este estado de constante apreensão gera uma tensão que inibe as funções excretoras do organismo", explica a especialista. A nutricionista lembra ainda que para que a dieta de detoxificação obtenha os efeitos desejados, podem ser necessários suplementos de vitaminas e minerais, ou o uso de produtos como algas e extratos de plantas naturais.
O suco funcional verde
O suco funcional verde é uma das indicações da nutricionista Glória Viana. Ele é feito à base de folhas verdes escuras, de preferência a couve, a qual é o melhor remédio para o fígado. Considerada "milagrosa", ela possui propriedades maravilhosas para desintoxificação hepática. Ela indica o suco para ser consumido no café da manhã, sendo um diurético desintoxicante que acelera o metabolismo e fortalece o sistema imunológico.
Suco funcional detoxificante hepático
- Ingredientes: 4 cubos de gelo de couve, 5 folhas de hortelã, 1 copo de água de coco, 1 maça picada com casca e 2 limões espremidos.
Como se prepara os gelos de couve
- Colocar 3 xícaras de couve picada no liquidificador, mais água suficiente para bater até formar um suco verde escuro. Despejá-lo nas formas de gelo e levar para congelar. As folhas de hortelã podem ser acrescentadas já nessa fase. A sugestão é que sejam colocadas 15 folhas.
Os cuidados com dietas detoxicantes
As dietas detoxicantes não são um remédio para todos os males. Novamente é importante ressaltar que a orientação de profissionais da área de saúde deve ser priorizada antes de qualquer iniciativa. Procurar um médico é fundamental, assim como ter o suporte de um nutricionista ao longo do processo. Em depoimento ao portal Vírgula, a nutricionista Marina Citton, do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, enfatiza que "devido a dieta ser restritiva, pode ocorrer a deficiência de muitos nutrientes. O risco de ocorrer uma desidratação e diarreia é grande, principalmente pelo fato de deletar muitos minerais importantes para o organismo".
Elas também podem levar à diminuição da massa e do sistema imunológico, fraqueza e desânimo para atividades físicas, mau humor, mau hálito, caso a pessoa ingira comida apenas 2 ou 3 vezes ao dia, além de intestino preso. Isso significa que o processo precisa ter a avaliação de especialistas, que vão saber dosar exatamente como deve ser o detox. É a velha máxima da antiguidade: a diferença entre o remédio e o veneno está na dose.
Alguns alimentos com ação detox e sua função
Maçã – possui flavonoides que aumentam a quantidade de moléculas importantes para a antioxidação, protegendo as células do fígado e do corpo da ação dos radicais livres.
Limão - tem compostos que estimulam a produção da bile. A substância, produzida no fígado e armazenada na vesícula, é liberada no intestino, isola a gordura e facilita a absorção dos nutrientes.
Clorofila - está presente nas folhas e nos brotos e tem ação anticarcinogênica, responsável por estabilizar a ação dos radicais livres produzidos na própria desintoxicação.
Chá verde - é composto por antioxidantes como a glutationa e fitonutrientes como a catequina que ajudam a retirar as toxinas das células.
Amora - tem substâncias que melhoram a circulação sanguínea e contém carotenóides com efeito antioxidante que previne a formação de células cancerígenas.
Morango - contém carotenóides com efeito antioxidante que previne a formação de células cancerígenas.
Aveia - as fibras presentes na aveia são importantes durante o processo de desintoxicação, pois são responsáveis por aumentar o trânsito intestinal.
Couve de Bruxelas - é rica em compostos organoenxofrados que são responsáveis por eliminar as substâncias estranhas ao organismo pela urina.
Açafrão da terra - é rico em curcumina, um fitoquímico com capacidade antioxidante e anti-inflamatório.
Própolis - contem enzimas importantes para diminuir a ação das toxinas no fígado.
Rúcula - tem compostos organoenxofrados em sua composição. Eles são responsáveis por eliminar as substâncias estranhas ao organismo
Berinjela - rica em ácido caféico, que estimula a produção de bile. A substância, produzida no fígado e armazenada na vesícula, é liberada no intestino, isola a gordura e facilita a absorção dos nutrientes.
