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Março / Abril / Maio - 2014 / Ano 3 / Número 14

Qualidade garantida no centro de análise e controle de fluidos da INTECH

O método de perfuração horizontal direcional (HDD) envolve várias etapas e uma das mais importantes é a escolha do composto que facilita o avanço do processo, seja mantendo a estabilidade dos furos ou mesmo arrefecendo as ferramentas de perfuração. O tema é tão importante que a INTECH Engenharia adotou a filosofia de internalizar o conhecimento da aplicação dos chamados fluidos de perfuração – nome e sobrenome dos compostos a que estamos nos referindo. Para aumentar a precisão da aplicação da substância, a empresa já vinha investindo na estruturação de laboratórios próprios de análise e controle de fluidos, agregando maior eficiência ao HDD e garantindo mais confiabilidade para atender os projetos de clientes..

Antes de assumir – no começo de 2013 - a tarefa de estudar, desenvolver e especificar o programa de fluidos de perfuração em suas próprias operações, a INTECH delegava os serviços de engenharia de fluidos às empresas fornecedoras do produto. Ao mesmo tempo que terceirizava o escopo, um rigoroso controle de qualidade era mantido para acompanhar o trabalho dos parceiros. Parte do processo não mudou: a INTECH continua a adquirir produtos de alto padrão com fornecedores de qualidade. Além disso, passou a contar com uma equipe própria de engenheiros de fluidos de perfuração. E em tempo integral. Atualmente, o time é formado por Kennedy Aragão e Marcus Galrão, que acompanham a preparação e análise dos fluidos junto aos operadores do tanque de mistura nas perfuratrizes.

Segundo Galrão, o trabalho exige a presença no campo em função das análises serem imediatas e pela necessidade de resolução das dificuldades. Apesar disso, a etapa de projeto que antecede a execução continua. Essa parte envolve o estudo da geologia do local a ser perfurado, o que define as condições do solo para preparar a melhor mistura do fluido. A especificação correta leva à melhoria do desempenho do equipamento e a execução do furo de melhor qualidade. “De forma geral, a mistura de fluidos opera na limpeza dos furos e no resfriamento, lubrificação e sustentação da broca e da coluna de perfuração”, detalha Galrão. “Por isso, o fluido é essencial ao trabalho nos furos de HDD”, afirma. (veja outras características no box 1).

No quesito ambiental, o engenheiro afirma que há significante redução dos impactos ao entorno da obra. “Todo fluido utilizado nas operações é reciclado e reutilizado quando volta à superfície, evitando o maior descarte do material”, diz. Além de excluir a necessidade do descarte, a passagem dos fluidos é feita em um sistema de circuito fechado, restringindo derrames do produto. A preocupação se estende também à qualidade da mistura, que deve ter um laudo ambiental atestando a composição segura e aceitável do produto. Os componentes variam de acordo com a aplicação, mas a mistura sempre será feita com base em dois elementos: água e bentonita, argila rica em minerais. Aliás, por conta desse fator, os fluidos são chamados também de “lama bentonítica”. Segundo a explicação de Galrão, a mistura recebe ainda os aditivos para controle de outras propriedades (ver box). Nesse rol estão os lubrificantes e os polímeros. No caso do segundo, entre as ações do aditivo estão o aumento da viscosidade do fluido, o encapsulamento dos cortados e a formação de reboco na parede do furo. Genericamente, os aditivos citados tornam a parede do furo mais estável e resistente.

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Bentonita: muito além do uso como fluido de perfuração

Os fluidos de perfuração têm várias funções – que foram explicadas na matéria principal dessa edição – e também envolvem a combinação de diversos componentes. Um dos principais materiais é a bentonita, um tipo de argila plástica cujo nome homenageia a região de Fort Benton nos Estados Unidos. Localizado no Wyoming, o local tem uma presença forte do mineral. O Brasil, por sua vez, também é um importante produtor dessa argila. Independente de onde aparece, a bentonita tem um leque de aplicações bastante variado, embora a mistura em fluidos de perfuração seja o carro­chefe. A flexibilidade do material acontece em função da capacidade de aumentar várias vezes o seu volume inicial na presença de umidade. Daí a diversidade de aplicações, inclusive industriais.

Além do campo de fluidos de perfuração, os outros três principais segmentos onde o mineral é usado são areias de fundição, materiais de vedação em engenharia civil e pelotização de minério de ferro. Mas, mesmo na área de perfuração, a bentonita não se limita ao tipo de obra que a INTECH Engenharia vem desenvolvendo – oleodutos, gasodutos e outros. Na verdade, o grande mercado do mineral como fluido de perfuração para a abertura de poços de petróleo. O uso da bentonita acontece em outros setores industriais – ainda que em menor volume. A lista final traz o produto com papel de aditivo em tintas ou de adesivo em materiais asfálticos e látex. Na indústria farmacêutica, há aplicações da argila como cargas e na purificação de águas. E, por fim, a bentonita tem um viés de alta tecnologia e vem sendo adotada em nanocompósitos, em etapas de engenharia de nanopartículas e em heteroestruturas porosas.